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19 de Abril de 2024

Judiciário não pode substituir TR na atualização do FGTS, decide Primeira Seção

há 6 anos

Conforme prometido, segue a decisão completa do Superior Tribunal de Justiça (STJ), referente à atualização do FGTS! Para àqueles que estão pensando em entrar na justiça, o índice que será aplicado, segundo decisão do STJ, será a TR. Se decidirem entrar com a ação, não deixem de ler os artigos anteriores em que explico os documentos necessários, e até, disponibilizei um modelo para que tenham entendimento do caso.

- https://lucenatorresadv.wordpress.com/2016/12/20/qual-seraataxa-utilizada-para-correção-do-fgts/

- https://lucenatorres.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/345381531/revisao-do-fgts-qual-indiceaser-aplicado

Procurem um advogado ou uma advogada de sua inteira confiança, que irão lhes deixar informados dos trâmites do processo. Isto é essencial!

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a TR como índice de atualização das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Em julgamento de recurso especial repetitivo, o colegiado, de forma unânime, estabeleceu a tese de que “a remuneração das contas vinculadas ao FGTS tem disciplina própria, ditada por lei, que estabelece a TR como forma de atualização monetária, sendo vedado, portanto, ao Poder Judiciário substituir o mencionado índice”.

A tese firmada vai orientar todos os processos com objeto semelhante que tramitam nas instâncias ordinárias, em todo o território nacional. De acordo com as informações do sistema de repetitivos do STJ, onde a controvérsia está cadastrada como Tema 731, mais de 409 mil ações aguardavam a conclusão desse julgamento.

Inflação

O Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de Santa Catarina, que figura como recorrente, alegou que a TR deixou de refletir as taxas de inflação a partir de 1999, prejudicando o saldo de FGTS dos trabalhadores. Defendeu a aplicação do INPC ou do IPCA, ou de outro índice, para repor as perdas decorrentes da inflação nas contas vinculadas do FGTS.

A Caixa Econômica Federal, por outro lado, defendeu a aplicação da TR como índice de correção, alegando que o FGTS não tem natureza contratual, pois sua disciplina é determinada em lei, inclusive a correção monetária que a remunera.

Ao negar provimento ao recurso do sindicato, o ministro relator, Benedito Gonçalves, destacou que “o caráter institucional do FGTS não gera o direito, aos fundistas, de eleger o índice de correção monetária que entendem ser mais vantajoso”.

Segundo o relator, a discussão a respeito dos índices aplicáveis ao FGTS não é nova, já tendo sido objeto de análise pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu que, diferentemente das cadernetas de poupança, regidas por contrato, o FGTS tem natureza estatutária.

“Tendo o legislador estipulado a TR como o índice legal de remuneração das contas vinculadas ao FGTS, não pode tal índice ser substituído por outro pelo Poder Judiciário, simplesmente sob a alegação da existência de outros índices que melhor repõem as perdas decorrentes do processo inflacionário, porque tal providência está claramente inserida no âmbito de atuação do Poder Legislativo, sob pena de vulnerar o princípio da separação dos poderes”, explicou o relator.

Projetos

O ministro afirmou que a mudança no índice é tarefa legislativa. Ele citou em seu voto que tramitam no Congresso Nacional projetos de lei que objetivam compensar, por meio de aportes públicos, a diferença entre os saldos das contas do FGTS e a inflação.

“Ressoa evidente, pois, que o pleito do recorrente está inserido no âmbito da competência do Poder Legislativo, e a atuação do Poder Judiciário só estaria legitimada se houvesse vácuo legislativo ou inércia do Poder Legislativo, hipóteses essas não verificadas no caso concreto”, destacou.

Dessa forma, para Benedito Gonçalves, o Poder Judiciário não pode substituir o índice de correção monetária estabelecido em lei. O ministro frisou que o FGTS é fundo de natureza financeira e ostenta característica de multiplicidade, pois, além de servir de indenização aos trabalhadores, possui a finalidade de fomentar políticas públicas.

Preliminar

Antes de dar início ao julgamento do repetitivo, a Primeira Seção apreciou preliminar suscitada pelo relator a respeito da continuação ou não do julgamento no STJ em face de ação semelhante que ainda será apreciada no STF.

Os ministros, por maioria, decidiram dar continuidade à apreciação do recurso. O processo que tramita no STF também discute a correção monetária dos saldos do FGTS e não tem data prevista para entrar em pauta.

Recursos repetitivos

O novo Código de Processo Civil (CPC/2015) regula a partir do artigo 1.036 o julgamento por amostragem, mediante a seleção de recursos especiais que tenham controvérsias idênticas. Ao afetar um processo, ou seja, encaminhá-lo para julgamento sob o rito dos recursos repetitivos, os ministros facilitam a solução de demandas que se repetem nos tribunais brasileiros.

A possibilidade de aplicar o mesmo entendimento jurídico a diversos processos gera economia de tempo e segurança jurídica.

No site do STJ, é possível acessar todos os temas afetados, bem como saber a abrangência das decisões de sobrestamento e as teses jurídicas firmadas nos julgamentos, entre outras informações.

Destaques de hoje

· Judiciário não pode substituir TR na atualização do FGTS, decide Primeira Seção

· Aplicado prazo processual do novo CPC em ação de medida de proteção de menor contra homeschooling

· Senado aprova ministro Humberto Martins para o CNJ

· Presidência da Terceira Seção esclarece sobre produtividade dos órgãos criminais do STJ

Esta notícia refere-se ao (s) processo (s):REsp 1614874

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35 Comentários

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Boa Tarde. Atenção tramita no * stf.

A palavra final, porém, será do Supremo Tribunal Federal (STF), onde também tramita um processo sobre o tema, do Partido Solidariedade. Na ação direta de inconstitucionalidade (Adin 5090).

Então Trabalhadores todos terão direitos , pois já é voto vencido á Caixa economica federal vai perder.

o Placar estava 5x1 para ós trabalhadores o Ministro pediu vista.

Podem aguardar. ok continuar lendo

O julgamento é claro. Continua a TR como índice. Por consequencia a conclusão também é cristalina que o trabalhador como sempre só se ferra. Não entendi o exposto da autora: Procure um advogado que ele vai ver se consegue encontrar um juiz que decida que a TR deve ser substituida por outro índice de correção mais vantajoso? e que a decisão deste juiz obrigue pela aplicação de outro índice que não é a TR? Não faz sentido Dra. continuar lendo

Também não entendi continuar lendo

Acompanho o comentário do Nelson. Fiquei a ver navios nessa parte. continuar lendo

Apesar de o julgamento desta quarta-feira (11) ter sido desfavorável aos trabalhadores, não se pode perder de vista que a discussão ainda não acabou. É que a palavra final sobre esse caso ficará a cargo do Supremo Tribunal Federal (STF). Portanto, quem ingressou com ações na Justiça Federal deverá aguardar o desfecho da situação na Suprema Corte, onde, acredita-se, a resposta pode ser bem diferente daquela que se viu no STJ, ou seja, em benefício dos trabalhadores. continuar lendo

Trata-se de um indice que não pode ser usado e sua variação é zero. Uma frase elegante para dizer que não há reajuste relativo a inflação: o governo até mesmo nesse particular está roubando o povo. continuar lendo

Essa cambada de ladrão não pode! Eles não que é devolver ao trabalhador o que é de direito do trabalhador.
Se focé para beneficiar eles pode ter certeza que eles não só pode como já teriam feito, e mais uma vez o trabalhador paga as contas dos safados que se dizem governantes e as suas próprias contas continuarão atrasadas.
E de f7d3 continuar lendo